Capítulo 38 – É cedo ou tarde demais pra dizer adeus

Os dois meses que se seguiram foram intensos. Despedidas e mais despedidas foram feitas, mas reservamos a última noite para nós. Lu reservou o restaurante onde comemoramos todas as nossas grandes conquistas. Bebemos vinho e comemos nossos pratos preferidos. Luísa parecia apreensiva, mas demonstrava tranquilidade.

Naquela noite, eu queria tocá-la com calma, sentir seu corpo em cada parte como da primeira vez em que nos amamos. Queria ficar com aquele toque em mim, preso, tatuado pelos próximos dois meses até poder tocá-la mais uma vez.

Penetrei seu sexo como se fosse a última vez que iria tocá-lo. Ela gritou de prazer e me fez lembrar como eu adorava fazê-la gemer na minha mão. Senti saudade do que ainda tinha, somente de lembrar que, em breve, já não mais teria. Comi cada parte do seu corpo, cada fenda. Numa atitude egoísta, eu queria entrar no corpo dela e fazer de nós uma só.

Dormi dentro dela e acordamos abraçadas, mas ainda éramos duas.

Fomos para o aeroporto sozinhas. Despedimo-nos com lágrimas contidas, como se disséssemos para nós mesmas, e uma para a outra, que seríamos fortes, que resistiríamos. Eu apertei o corpo dela contra o meu e disse no seu ouvido, já sem conseguir segurar a fragilidade, que veio em forma de soluços:

– Não quero perder você.

– Não vai perder – ela disse.

Entendi como ela se sentiu esse tempo todo. Era minha vez agora de não saber o que o futuro reservava para mim. Na verdade, mal sabia onde estava o presente.